Os advogados distinguem entre fazer uma afirmação ou reclamação (praticamente qualquer pessoa pode mover uma ação judicial) e provar o caso (o que é possível somente com boas evidências). Eles trabalham no âmbito das comprovações, e não aceitam quaisquer afirmações (nem mesmo religiosas) sem que haja uma boa razão para tal. Portanto, é altamente significativo que, ao longo da história, tantos excelentes advogados, juízes e acadêmicos de Direito tenham abraçado a fé cristã.
Isto se deve, em grande parte, à solidez do testemunho do evangelho de Jesus. Os registros do evangelho qualificam-se segundo a "regra dos documentos antigos" e seriam aceitos como evidência em qualquer tribunal comum. Eles afirmam que são o testemunho de primeira mão (não por boatos ou rumores) sobre Jesus Cristo (1 Jo 1:1) ou o resultado de cuidadosa investigação a respeito dele (LC 1:1-4). Os documentos são como réus, que são inocentes até que se prove o contrário; no caso dos Evangelhos, os críticos não foram capazes de impugnar a sua credibilidade.
A integridade dos quatro Evangelhos depende de sua datação antiga e de sua autoria por parte de pessoas que conheceram Jesus pessoalmente. Afora os Evangelhos, a corroboração das fontes vem por intermédio de autores tão antigos como Papias, que foi um discípulo do apóstolo João. Papias nos diz que os quatro Evangelhos foram escritos por um apóstolo (Mateus e João) ou por um colaborador de um apóstolo (Marcos com Pedro, Lucas com Paulo). Então, os Evangelhos estavam em circulação enquanto ainda viviam testemunhas hostis ao ministério de Jesus. Como afirmou F.F. Bruce, estes oponentes funcionavam como as pessoas que examinam ou interrogam na atualidade: tinham os meios, o motivo e a oportunidade para refutar as narrativas do milagroso ministério de Jesus, se este não tivesse acontecido exatamente como os autores do Evangelho expuseram. Uma vez que a oposição não conseguiu fazer isto, as narrativas dos Evangelhos permanecem como poderosa evidência de que o milagroso retrato de Jesus que apresentam é preciso e exato.
O fato de os três primeiros Evangelhos terem sido escritos antes da queda de Jerusalém em 70 d.C., e o Evangelho de João ter sido escrito não muito tempo depois da queda, impossibilita a tentativa, por parte de críticos bíblicos liberais e secularistas, de afirmar que os livros são na realidade resultado de uma tradição oral em desenvolvimento, através da qual a Igreja Primitiva modificou a vida e os ensinamentos de Jesus. Não houve tempo suficiente para isto. A. N. Sherwin-white enfatizou que a decisão em favor da narrativa precisa é muito melhor no caso de Jesus, nos Evangelhos, do que no caso de seu mais famoso contemporâneo, Tibério César, cuja carreira também é conhecida por exatamente quatro fontes.
Simon Greenleaf, professor de Harvard e a maior autoridade sobre a lei da evidência no século XIX, escreveu: "Tudo o que o cristianismo pede aos homens com relação a este assunto é [quanto ao testemunho dos Evangelhos] ser filtrado como se fosse apresentado em um tribunal judicial [...] A probabilidade da veracidade dos testemunhos e da realidade dos acontecimentos apresentados aumentará até que atinja, para todos efeitos práticos, o valor e a força de demonstração".
Autor: John Warwick Montgomery
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